A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, discursou hoje na 17.ª
Conferência do Clima (COP-17), em Durban, na África do Sul,
e afirmou pela
primeira vez que o País aceita um compromisso internacional de,
corte de
emissões de gases-estufa.
"Nós não podemos chegar ao ano 2020 e dizer:
‘O
que vamos fazer?’ Nós temos de começar agora esse diálogo.
O País está aberto à
negociação de algo mais abrangente,
inovador e estratégico, com base nos
conhecimentos científicos,
no engajamento de todos os países", afirmou.
Hoje, após o aceno positivo do Brasil - e também dos Estados Unidos -,
os quase 200 países reunidos na 17.ª Conferência do Clima (COP-17)
em Durban,
na África do Sul, estão bem perto de fechar um "pacote climático".
O
pacote incluirá um segundo período do Protocolo de Kyoto
que funcionará de
2013 a 2020, também um roteiro para um ,
futuro acordo global contra as
mudanças climáticas,
em que todos os grandes emissores de CO2 do mundo,
incluindo
o Brasil, terão metas obrigatórias para cortar emissões de gases,
que provocam o
efeito estufa.
A primeira fase de Kyoto termina em dezembro de 2012.
Por isso, sua
continuidade era a questão mais urgente a ser decidida em Durban.
Nesse
tratado, apenas os países industrializados são obrigados,
a cortar suas emissões
de CO2.
Por acharem essa imposição injusta, o Japão,
a Rússia e o Canadá não
querem fazer parte do segundo período do acordo,
mas também não se opõem a sua
realização. Os EUA nunca fizeram parte de Kyoto e querem permanecer fora dele,
mas não se importam se o protocolo continuar vivo.
A União Europeia, que sempre se disse favorável,
a ficar em Kyoto e era a
grande esperança para isso se concretizar,
colocava uma única condição para a
sua adesão:
Que se definisse em Durban um roteiro para o próximo acordo,
com um
cronograma para sua entrada em vigor.
Os europeus defendem que o acordo tem de
ser fechado até 2015;
e entrar em vigor em 2020;
Assim, os países terão cinco
anos para ratificá-lo em seus países.
Estados Unidos - Todd Stern, chefe da delegação americana,
afirmou que
apoia a ideia da UE de ter um roteiro,
para o acordo pós 2020 e disse que é
"mentira"
que seu país tenta atrasar as ações de combate às mudanças
climáticas.
A fala foi uma resposta principalmente a um protesto de uma
estudante,
antes do discurso de Stern; Ela gritou que estava preocupada com seu
futuro,
pedindo aos EUA que agissem.
O enviado especial dos EUA para o clima estava bastante irritado com as
acusações ;
feitas até por outros delegados - de que os EUA bloqueavam as
negociações.
> Estamos muito comprometidos em iniciar prontamente o
processo e seguir adiante.
É bobagem dizer que estamos propondo um hiato na
lida com as mudanças climáticas.
Stern disse que, até 2020, os países que não têm metas dentro de Kyoto
cumprirão os
compromissos voluntários acordados em Cancún em 2010,
na COP-16. A
meta dos EUA é cortar em 17% as emissões de
CO2 em comparação ao emitido em
2005,
enquanto a do Brasil é reduzi-las entre 36% e 39%,
comparado ao que o
País emitiria se nada fosse feito. Porém,
Stern ponderou que ainda não se sabe
se esse acordo pós-2020
será legalmente vinculante ou não é!
complicado para
os americanos um tratado com força de lei porque,
nesse caso, o Congresso tem
de ratificar.
Com Kyoto, isso deu errado, já que os congressistas americanos
não aprovaram o tratado.
A União Europeia comemorou a atitude.
Para Connie Hedegaard, comissária
do bloco para Ações Climáticas,
a decisão do Brasil foi um avanço.
Outro ponto
que precisava de maior consenso eram as datas do acordo.
O embaixador Luiz
Alberto Figueiredo Machado preferia fechar o acordo em 2016,
um ano depois do
proposto pela UE, para dar tempo de incluir no documento as medidas indicadas
por estudos científicos mais novos.
Um dos argumentos é de que o Painel do
Clima da ONU (IPCC)
soltará seu próximo relatório em 2013 e 2014.
Hoje, porém,
o embaixador disse que o País estava "flexível"
em relação a datas e
que não seria isso que travaria o acordo.
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